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    O nosso verdadeiro 10

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    Quando Diego Ribas foi contratado pelo Flamengo, foi uma festa. As multidões lotaram as ruas, o aeroporto, as estações. Todo mundo sonhava que Diego fosse o “Zico”, o “Mestre Ziza”, o “Petkovic” dessa geração, mas não foi.

    Ao contrário, Diego era justamente o oposto. Demonstrou inúmeras vezes que não deveria – nem mesmo nos piores devaneios dos torcedores e treinadores – envergar a camisa que um dia pertenceu aos nossos gigantes.

    Significado da camisa 10

    Diferente dos outros clubes (talvez seja um pouco semelhante aos casos de Santos e São Paulo), a camisa dez no flamengo representa tudo o que de melhor um esquadrão rubro-negro tem que ter. Representa a quintessência da excelência, da classe, do bom gosto, da liderança e da frieza nos momentos difíceis.

    É só pegar quem vestiu a nossa dez: Zico, Ziza, Petkovic, Leônidas, etc. A bola tinha que passar por esses caras. Eles ditavam o ritmo do jogo. E, acima de tudo, decidiam jogos.

    Diego, ao contrário, era o “falso dez”, era o “anti-dez”, era tudo aquilo que um dez não era e não podia ser.Quando foi chamado a decidir, pipocou inúmeras vezes; quando batia faltas, não era a mesma coisa que os jogadores supracitados; e quando dava entrevistas, dizia coisas como “o flamengo pelo menos tem o prazer de sentir certos cheirinhos”. Como um dez pode dizer um negócio desse e sair impune?

    Parecia que só vestiu a camisa dez, até o momento em que se aposentou, somente por ser um “rostinho bonito”. Ou seja, vestiu a dez porque supostamente venderia mais camisas. Ledo engano. Mas enfim…digo tudo isso como medida de comparação com outro jogador, o nosso verdadeiro dez: Arrascaeta. Que jogador maravilhoso! Que bela contratação fizera Braz e Spindel!

    Arrascaeta

    Eu não sei vocês, mas desde o momento em que o vi atuando pelo Cruzeiro, eu sabia que ele tinha que vir para o Flamengo. Na época, se falou muito no nome de Dedé para a zaga, mas quando se aventou o nome de Arrascaeta, eu sabia que a partir daquele momento o Flamengo iria ganhar para depois cheirar. E não o contrário.

    Em tempo, explico: Arrascaeta não tinha as características de um dez quando eu o conheci. Para falar a verdade, ele era reserva para o Thiago Neves no Cruzeiro. Mas Arrascaeta tinha uma coisa que faltava ao Flamengo de 2018 para trás: frieza ao decidir os jogos.

    Arrascaeta era o tipo de jogador que, quando você menos esperava, ele aparecia para fazer um gol. Por vezes jogava nada, mas, sempre que era chamado, decidia. Era isso que faltava ao Flamengo.

    Esses jogadores que ninguém dá nada é que fazem sucesso no clube. E não pessoas como Diego. Eu conheci Arrascaeta pelo protagonismo que teve naquelas finais contra o Flamengo, na Copa do Brasil e Libertadores.

    Depois daqueles gols, passei a acompanhar o Uruguaio com mais carinho. Uma vez, assistindo uma daquelas finais com um amigo, ele comentou: – Esse Uruguaio é carrasco, mesmo: ele não tocou na bola uma única vez e já fez gol. Ao que eu retruquei: – Arrascaeta é aquele cara que se finge de morto para comer o cu do coveiro. Ele riu bastante.

    Modéstia a parte, acho que foi uma das melhores definições dadas a um jogador. Se Aristóteles fosse vivo, recomendaria que ele colocasse como exemplo no seu Organum.

    Nasce um ídolo

    Em suma, o nosso Arrasca é, assim como inúmeros jogadores que já experimentaram as qualidades alquímicas desse clube, aquele zé-ninguém que se transforma em Rei. Pode falar: você, que está me lendo agora, não dava nada pelo Uruguaio. Esperava-se muito de Gabigol e BH, mas Arrasca? Com certeza não.

    Que fizesse gols em finais, tudo bem; mas que desse passes verticais e desconcertantes, não. Ninguém conhecia essa faceta de dez de Arrascaeta. Além do mais, Arrascaeta tem precedentes históricos na tradição do clube.

    Assim como Arrascaeta, um outro jogador – desta vez, argentino – gostava de fazer gols em finais: Agustín Valido.

    Num São Januário lotado, em que não deixaram nem Ary Barroso entrar para narrar o jogo, Flavio Costa coloca Valido em campo. A bola tinha saído para escanteio e ele entrou. Zizinho foi cobrar o escanteio. Quem estava na grande área para cabecear? Valido. Ele fez o gol que deu o nosso primeiro tricampeonato carioca, assim como Arrascaeta marcou contra o Vasco num cruzamento de Bill,levando o jogo para as penalidades. E assim como Valido, Arrascaeta é imortal.

    Deixa seu comentário e leia também no blog do fla: Os maiores rivais do Flamengo


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