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    Os 10 maiores treinadores da história do Flamengo

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    Há pouco mais de cem anos, o Clube de Regatas do Flamengo anunciava o primeiro técnico de futebol de sua gloriosa história, em 1921. Seu nome era Ramón Platero e sua nacionalidade uruguaia, o que comprova que o clube sempre foi um polo importador e exportador de cultura futebolística, bem antes dos misteres lusitanos do século XXI.

    Antes de Platero, a moda era o chamado “comitê de campo”, onde não havia um comando, mas uma democracia de palpiteiros para escalar o time. Um século depois do uruguaio pioneiro, o Flamengo se acostumou a um rodízio industrial de técnicos. Foram 177 trocas de comando, com opções que variaram de estrategistas húngaros, treinadores de basquete (o Kanela) e até um radialista rubro-negro.

    Quem, entre tantos, teriam sido os dez maiores comandantes do futebol flamengo? Após muito estudo, debates, leituras e puxões de cabelo, nossa lista orgulhosamente apresenta um paraguaio, um português, oito ex-jogadores e um instrumento de cordas.

    Confira e dê seu palpite: faltou alguém? Será que algum novo português há de merecer vaga na lista após seu trabalho. Você comenta.

    1. Carlinhos Violino

    Após receber as chuteiras do mítico Biguá e repassar as suas para um franzino Zico, o volante carioca Carlinhos parecia destinado a seguir acumulando glórias no clube.

    Carlinhos e gottardo
    Carlinhos e Gottardo conversando

    Considerado um pai para Zinho e outros craques flamengos, o técnico de fala mansa conduziu o time por mais de 300 partidas, mas só conseguiu passar dos cem consecutivos uma vez: ali nos tempos do Penta. Coisas do Flamengo. Os títulos do Violino falam por si: três Estaduais (1991, 1999 e 2000), dois Campeonatos Brasileiros (1987 e 1992, fora alguns jogos da campanha de 1983) e a Mercosul de 1999 – primeiro troféu sul-americano depois do longo jejum que vinha desde 1981. Cracaço, dentro e fora do gramado.

    2. Cláudio Coutinho

    Criativo, tático e inovador, o militar gaúcho Cláudio Pêcego de Moraes Coutinho começou a carreira ainda jovem na seleção olímpica brasileira. Após os Jogos de Montreal-1976, acabou na Gávea, como plano C ou D da diretoria do clube. Deu certo: estudioso ao extremo, Coutinho ensinou atacantes a ajudar na defesa e formou o esquadrão que seria conhecido “o Flamengo de Zico”, que daria seus primeiros concertos em torneios curtos na Europa. “É preciso que algum clube comece a atuar de uma forma mais moderna para que os outros sejam forçados a mudar. O problema é que ninguém quer ser o primeiro”, ensinou então. Ele acabou na seleção principal na Copa de 1978, mas retornou ao clube para vencer o Estadual do Rondinelli em 1978 após quatro anos de jejum, garantir o Tri no Carioca e o Brasileiro de 1980, numa das maiores finais da história do Flamengo, e do Maracanã. Coutinho foi então treinar o Los Angeles Aztecs e recebeu polpuda proposta do Al-Hilal, mas se afogou no mar após sair para pescar com amigos do clube Marimbás, aos 42 anos. A torcida flamenga, em retribuição eterna, foi em massa e coloriu o cemitério do Caju de vermelho e preto.

    Enterro do Coutinho
    Torcedores no enterro de Cláudio Coutinho

    3. Paulo César Carpegiani

    Meio-campo técnico e inteligente, Carpa estava em campo na derrota do Brasil para a Holanda na Copa de 1974, quando aprendeu muito. O gaúcho teve a carreira nos gramados abreviada por dores no joelho, mas no banco rubro-negro o início foi só alegria. Anunciado como interino em 1981, embalou e logo de cara sagrou-se campeão mundial interclubes em Tóquio. “Futebol é 50% bola e 50% personalidade”, ensinou certa vez. Venceu somente um Carioca, um Brasileiro (1982), uma Libertadores e o Mundial. Tá ruim?

    4. Jorge Jesus

    Jorge jesus flamengo
    Jorge Jesus em trio elétrico após a conquista da Libertadores da América de 2019 (Via Getty Images)

    Poderia o Mister ter chegado ao topo da lista? Talvez, já que nenhum outro treinador venceu – nem vencerá – a Libertadores e o Brasileiro para o Flamengo no mesmo fim de semana. Mas Jorge Jesus mal passou dos 50 jogos. Após o sucesso acachapante de suas ideias táticas em 2019, o ex-meia português optou por retornar à Europa, durante a pandemia. Além dos dois imensos títulos, faturou ainda a Supercopa do Brasil 2020, a Recopa 2020 e o vice no Mundial 2019.

    5. Fleitas Solich

    Craque paraguaio na década de 1920, o ex-meio-campista do Boca Juniors se sentiria em casa na Gávea, nos anos 1950. Descobridor de joias como Evaristo, Dida e um jovem Zagallo, o Feiticeiro acumularia mais de 500 partidas à frente do Flamengo, sendo até hoje o segundo treinador com mais partidas pelo clube. Foi um dos raros técnicos a trocar o Flamengo pelo Real Madrid.

    6. Zagallo

    De que maneira o maceioense-tijucano Mário Jorge Lobo Zagallo há de entrar para a história do futebol? Como o molecote que aprendeu a jogar bola no terreno baldio onde se ergueria um dia o Maracanã? Como o ponta-esquerda brilhante que marcou golaços, como o da final na Copa de 1958, quando jogava pelo Flamengo?

    Zagallo jogador do flamengo
    Zagallo, craque da ponta-esquerda que aprendeu muito com Flávio Costa e Fleitas Solich

    Provavelmente como o corajoso técnico que ousou escalar a seleção campeã de 1970, um dos maiores escretes da história da bola? Ou como um técnico obcecado pela defesa, capaz de no Flamengo mandar Zico de volta aos juvenis e derrotado nas Copas do Mundo de 1974 e 1998? Seja qual for o veredito do incansável Zagallo, seu posto entre os dez mais do Fla está garantido. (Uma questão para os historiadores: o freio na carreira do jovem Galinho fez bem ou mal ao cracaço? Zico teria aguentado o tranco até os anos 1990 não fosse a decisão zagalliana?) Tricampeão pelo Mengo em 1953/54/55, onde foi um dos primeiros atacantes a se dispor a defender, no banco o Velho Lobo comandou o time rubro-negro em campanhas memoráveis, durante mais de 250 partidas. Destaques para o Tri de 2001, os Estaduais de 1972 e 73, o primeiro turno do Brasileiro de 1985 e a Copa dos Campeões de 2001.

    7. Flávio Costa

    Mineiro de Carangola, o velho lateral flamengo se tornou o técnico com mais passagens e partidas pelo Flamengo, pelo qual se consagrou com o Torneio Rio-São Paulo de 1940 e outros cinco troféus do Estadual – o primeiro Tri, por exemplo, saiu sob o comando do velho Alicate, em 1942/43/44. Suas inovações táticas (como uma variação do 4-2-4) o levaram à seleção e influenciaram gerações de treinadores.

    8. Andrade

    Mineiro de Juiz de Fora, o volante Jorge Luís Andrade da Silva teve, à frente do Flamengo, poucos jogos a mais do que seu xará Jesus. Foram 79 partidas, a maioria como interino, entre 2004 e 2010. Mas sua habilidade no trato com os jogadores o levaram de novo ao Olimpo, com o título brasileiro mais inusitado da história flamenga, em 2009. O título conquistado numa arrancada surrealista o levou a ser eleito o melhor treinador do Brasil em 2009.

    9. Joel Santana

    Quem ajudou mais o Flamengo a não ingressar nas catacumbas da série B do que o Papai Joel, 200 partidas com sua prancheta à frente do rubro-negro? Não mereceu estátua mas, sem brincation, tem vaga no tópi ten.

    10. Dorival Júnior

    Volante habilidoso nascido em Araraquara, o inquieto Dorival acumula mais de 20 clubes em 20 anos de carreira como treinador. Em 2022, ele acertou sua terceira passagem pelo Flamengo (total de 91 jogos) e foi brilhante: transformou um quase desacreditado elenco cheio de veteranos, que atuava quase como um bando, no melhor time da América do Sul. Após ser campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, foi brindado com um pé na bunda pelos dirigentes, talvez por pedir alto demais na renovação. Mas seu lugar nos Dez Mais está garantido.

    Escrito por: Marcelo Dunlop

    Comente abaixo se concorda com esses nomes e veja também esse artigo sobre o por quê flamengo não tem estádio: Por que flamengo não tem estádio?


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